domingo, 3 de abril de 2011

Curso de Formação em Bom Jesus da Lapa / Território do Velho Chico






OFICINA REGIONAL MÓDULO II - 28/03/2011 a 02/04/2011
UNEB-DCHT Campus XVII 

Coordenadora: Edna Moreira


Eixo Temático

Agricultura Familiar: Identidade, Cultura, Gênero e Étnia 




Formadora: Maria Dorath Bento Sodré
UNEB - Irecê 


TEXTO 1: A ruralidade no Brasil moderno.
                 Por um pacto social pelo desenvolvimento rural

Autor: Maria de Nazareth Baudel Wanderley



TEXTO 2: A produção social da identidade e da diferença
 
Autor:Tomaz Tadeu da Silva





IDENTIDADE: UNIFORMIZAÇÃO
  • “rural e urbano como espaços sociais diferenciados e que a urbanização, a industrialização e a modernização da agricultura não representaram qualquer “uniformização” da sociedade que atentasse o esgotamento das particularidades seja de certos espaços ou certos grupos sociais” (WANDERLEY, 1997:55)

IDENTIDADE: DESCONSTRUÇÃO
  • “O perigo do discurso identitário é, exatamente, o de rebaixar o histórico ao natural, reificando determinados elementos e aspectos da vida social, desconhecendo que cada gesto humano, cada forma de usar seus sentidos, cada fibra de sua musculatura, cada calo em suas mãos conta uma história, assim como cada sentimento, cada paixão, cada medo, cada sonho recolhe elementos dessa historicidade” (ALBUQUERQUE, 2001: 308) 

ESSENCIALISMO
  •  “Preocupação em “confundi” elaborações discursivas que nos criam como identidade com o que realmente somos (...) reconciliar um ser empírico com um ser transcendental”. (idem)
  •   “A tradição é representada como se fosse fixada em pedra” (HALL,2003:70)

RESISTÊNCIA
  •  “A idéia de que nada na condição humana é dado de uma por todas ou imposta sem direito de apelo ou reforma – de que tudo que é precisa primeiro ser “feito” e, uma vez feito, pode ser mudado infinitamente – acompanhou a era moderna desde o início. (BAUMAN, 2005:90) 

IDENTIDADE: INCONCLUSA
  •  “A “identidade” só nos é revelada como algo a ser inventado, e não descoberto; como alvo de um esforço, “um objetivo”; como uma coisa que ainda se precisa construir a partir do zero ou escolher entre alternativas e então lutar por ela e protegê-la lutando ainda mais – mesmo que, para que essa luta seja vitoriosa, a verdade sobre a condição precária e eternamente inconclusa da identidade deva ser, e tenda a ser, suprimida e laboriosamente oculta.”(BAUMAN, 2005:22)

IDENTIDADE: RELACIONAL

  • “Uma identidade cultural particular não pode ser definida apenas por sua presença positiva e conteúdo. Todos os termos da identidade dependem do estabelecimento de limites – definindo o que são em relação ao que não são”.
  • Seu valor político não pode ser essencializado, apenas determinado em termos relacionais.

IDENTIDADE E POLÍTICA
  •  As identidades, portanto, são construídas no interior das relações de poder.
  • Não podem deixar intactas conservar intactas as formas antigas e tradicionais de vida. Operam melhor dentro daquilo que Homi Bhabba denomina “tempo liminar” das minorias
  • Essas estratégias surgem nos vazios e aporias que constituem sítios potenciais de resistência, intervenção e tradução
  • “...Tornamo-nos conscientes de que o “pertencimento” e a “identidade” não têm a solidez de uma rocha, não são garantidos para toda a vida, são bastante negociáveis e revogáveis, e de que as decisões que o próprio indivíduo toma, os caminhos que percorre, a maneira como age – e a determinação de se manter firme a tudo isso – são fatores cruciais tanto para o “pertencimento” quanto para a identidade. 

LIMITES DA EXPERIÊNCIA
  • “Sempre se deve ter consciência da forma específica da própria existência. As idéias não são simplesmente determinadas pela experiência. Mas precisamos reconhecer também que a existência tem uma forma, e se não refletirmos bastante sobre os limites da própria experiência (e a necessidade de se fazer um deslocamento conceitual, uma tradução, para dar conta de experiências que pessoalmente não tivemos) provavelmente vamos falar a partir do continente da própria experiência, de uma maneira bastante acrítica.” (HALL, 2003:17) 

RAÇA E RACISMO
  • “Raça” é uma construção política e social. É a categoria discursiva em torno da qual se organiza um sistema de poder socioeconômico, de exploração e exclusão – ou seja, o racismo.
  • Tenta justificar as diferenças sociais e culturais que legitimam a exclusão racial em termos de distinções genéticas e biológicas, isto é na natureza.
  • Fixo 

DIRETRIZES OPERACIONAIS  PARA A EDUCAÇÃO DO CAMPO
  • Parágrafo único. A identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação às questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas questões à qualidade social da vida coletiva no país. 

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz. A invenção do nordeste e outras artes.Recife: FJN, Ed. Massangana; São Paulo: Cortez, 2001.
 BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
 HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais.Belo Horizonte:Editora UFMG, 2003.
WANDERLEY, Mª de Nazaré B. O lugar dos rurais: o meio rural no Brasil moderno. Caxambu, XXI Encontro Anual da ANPOCS, out/1997.




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SÍNTESE: IDENTIDADE DOS POVOS E DAS ESCOLAS DO CAMPO.



Por: Prof.: Maria Dorath




Comunidades 
Pau D'arco e Parateca







Comunidades 
Pau D'arco e Parateca












Escola Municipal da  Comunidade Parateca



Considerações:

  • Reconhecer a relação trabalho/terra valorizando, refletindo as condições de produção e trabalho com vistas a convivência com o semiárido.
  • Reconhecer a terra como espaço de renda e pertencimento ao local e suas dinâmicas de vida.
  • Reconhecer a origem rural como significativa na história e valores das pessoas para valorizar a identidade e o seu pertencimento.
  • Favorecer a compreensão e conhecimento sobre a produção diversificada e sua rede produtiva, beneficiamento e comercialização
  • Assegurar a qualidade de ensino, garantindo formação continuada de professores e equipamento atualizado e em quantidade suficiente.
  • Dar visibilidade ás especificidades da vida na roça no processo de formação escolar e nos cursos superiores de licenciatura.
  • Garantir a educação básica e superior em territórios rurais com forte presença da agricultura familiar.
  • Questionar o estereótipo de incapaz, feio, tabaréu que tem naturalizado a exclusão, o preconceito, o clientelismo e a negação da identidade.
  • Reconhecer e valorizar o papel da mulher na comunidade e suas múltiplas dimensões enfrentando a lógica do machismo que a explora e humilha.
  • Favorecer o reconhecimento e importância das comunidades quilombolas nas suas referências identitárias.
  • Reconhecer os falares, os valores, a memória coletiva e os saberes construídos na convivência com a comunidade. 

REFERÊNCIAS:

SILVA, Tomaz Tadeu. A produção social da identidade e da diferença. In: SILVA, Tomaz Tadeu (org. e trad.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis: Vozes, 2000. (p.73-102)




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TEMÁTICA: Pesquisa e Prática Pedagógica:
                                           Pesquisa-Ação





Formadora: Márcia

UNEB- Jacobina

A Mística


Pesquisa - Ação


PESQUISA É...
... De uma forma bem simples, procurar respostas
para PROBLEMAS específicos.
...um conjunto de ações, propostas para encontrar a solução para um PROBLEMA que têm por base procedimentos racionais e sistemáticos.
    (A pesquisa é realizada quando se tem um problema)


·         OBJETIVOS DA PESQUISA

  • Contribuir com o avanço da Ciência
  • Deve responder a uma pergunta:
  •      de interesse para a comunidade científica;
  •           ainda não respondida anteriormente;
  •           de relevância para o interesse social (caso de tecnologia)

   Parte mais difícil: DEFINIR O ASSUNTO DA PESQUISA



PESQUISA – RESULTADOS

  • leva a reflexão
  • Suscita críticas
  • Compreensão do processo educacional
  • Melhora a prática pedagógica


PESQUISA

·     Não acontece de forma aleatória
·    Contexto social
·   Comunidade de pesquisadores que possui/ compartilha de concepções semelhantes em questões como: métodos, técnicas, etc.


    QUESTÕES a serem pensadas ... respondidas...
    ·         A pesquisa é importante?
    ·         A pesquisa é necessária?
    ·         A pesquisa é possível?



    PESQUISA – AÇÃO

    • Trata-se de pesquisas nas quais há uma ação deliberada de transformação da realidade
    • Trata-se de pesquisas que possuem um duplo objetivo: transformar a realidade e produzir conhecimentos relativos a essas transformações (Hugon, Seibel, 1988  in Barbier, 2007)
    • É libertadora, já que o grupo de técnicos se reposnabiliza pela sua própria emanciapação, auto-organizando-se contra hábitos irracionais e burocráticos de coerção (BARBIER, 2007, p. 59)


    PESQUISA - AÇÃO

    • Deve ser essencialmente uma pesquisa intencionada à transformação participativa, em que sujeitos e pesquisadores interagem na produção de novos conhecimentos?
    •  Deve assumir o caráter formativo-emancipatório?


    PESQUISA-AÇÃO EMANCIPATÓRIA IMPLICA:

    • Que os pesquisadores técnicos (docentes de uma escola) percebam o processo educativo como um objeto passível de pesquisa.
    • Que eles percebam a natureza social e as consequências da reforma em curso.
    • Que eles compreendam  a pesquisa social como atividade social e política, portanto, ideológica.
    • Uso de múltiplas técnicas: diários, registros audiovisuais, análise de conteúdo.

    PESQUISA – AÇÃO - CLASSIFICAÇÃO



    PESQUISA-AÇÃO COLABORATIVA

    • O pesquisador faz parte do grupo.
    • Objetiva conscientizar o processo de mudança desencadeado pelo grupo.


    PESQUISA-AÇÃO CRÍTTICA

    • O pesquisador com o grupo valoriza a construção das experiências.
    • Faz reflexão crítica coletiva.
    • Objetiva a emancipação dos sujeitos e das condições que o coletivo considera opressivo.
    • Transformação 
    • Reflexão-ação = coletivo


    PESQUISA –AÇÃO DIAGNÓSTICA

    • Objetiva produzir planos de ação encomendados. A equipe de pesquisadores intervém numa situação (motim racial, ato de vandalismo), estabelece um diagnóstico e recomenda medidas saneadoras.


    PESQUISA –AÇÃO PARTICIPATIVA
    • Envolve, desde início, no processo membros da comunidade em perigo.


    PESQUISA-AÇÃO EMPÍRICA
    • Visa acumular dados das experiências de um trabalho cotidiano nos grupos sociais semelhantes.


    PESQUISA-AÇÃO EXPERIMENTAL

    • Exige estudo controlado da eficácia relativa das diferentes técnicas utilizadas em situações sociais aproximadamente idênticas.


    PESQUISA – AÇÃO - CLASSIFICAÇÃO/ PESQUISA - AÇÃO ESTRATÉGICA
    • O pesquisador acompanha os efeitos da transformação  e avalia os resultados previamente planejados.

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    “O pesquisador só deve tentar modificar a dinâmica de um grupo a partir do consentimento explícito dos membros desse grupo (Mailhiot, 1970 apud C. Lewin).”



    “FENÔMENOS SOCIAIS – não podem ser observados do exterior do mesmo modo que não podem ser observados em laboratório (C. LEWIN).”



    “Nossa pesquisa e os seus resultados devem representar uma porta que se abre e/ou fica entreaberta a outros olhares de determinada comunidade científica e à sociedade em geral (COSTALONGA, Elida Maria Fiorot).”





    DIFERENÇAS ENTRE ORIENTAÇÕES INVESTIGATIVAS EM 
    EDUCAÇÃO.


    PARADIGMA HIPOTÉTICO DEDUTIVO

    PARADIGMA FENOMENOLÓGICO INTERPRETATIVO


    Ontologia (concepções acerca da natureza da realidade).
    A realidade social e humana é exterior a consciência do individuo; é objetiva, descritiva e previsível.


    A realidade é social, construída pela e na consciência dos sujeitos em interação; atravessada por valores e crenças.

    Antropologia (concepções acerca da natureza humana).
    O homem é produto do meio; seu comportamento está sujeito a elementos exteriores a consciência.


    O homem é produto e produtor de cultura. Constitui-se na e pela interação com o outro.

    Epistemologia (concepções acerca da natureza do conhecimento, produção e comunicação).
    Interessa-se pelas causas, como se divide e como funciona o fenômeno. Utiliza o método experimental: formula o problema, define hipóteses e isola variáveis do seu contexto e entre si.


    Interessa-se pelo modo como as realidades sociais são interpretadas. O investigador é construtor do mundo por ele mesmo investigado, o que acarreta implicações epistêmicas: como pode o investigador afastar-se das significações e do mundo por ele construído?



























    Ao elaborar um projeto de pesquisa, é necessário que se tenha em foco qual a linha de pesquisa que o seu trabalho vai está pautado. Pois, toda investigação deve ser direcionada por um paradigma e sustentada por bases teóricas relacionadas a esta linha de pensamento.

    Prof.: Elieuza Santos


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    BIBLIOGRAFIA

    ANDRÉ, Marli Eliza D. A. Etnografia da Prática Escolar. 13ª  ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2007.
    BARBIER, Renê. A Pesquisa-Ação. Tradução de Lucie Didio. Brasília: Liber Livro Editora, 2007.

    SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 23ª ed. São Paulo: Cortez, 2007.

    TRIVIÑOS, Augusto N. S. introdução à Pesquisa em Ciências Sociais – A Pesquisa Qualitativa em Educação. São Paulo: Atlas, 1987. 175 p.

    MOREIRA, Herivelto & CALEFFE, Luiz Gonzaga. Metodologia da Pesquisa para o Professor Pesquisador. 2ª edição. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008. 


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    TEMÁTICA: Planejamento



    Formadora: Adenilsa Monteiro
    UNEB- Campus I -Salvador






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    Ações do Planejamento



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     Integração dos Saberes



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    Mandala dos Saberes Integrados






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    OFICINA REGIONAL MÓDULO II  
    28/03/2011 a 02/04/2011




    Território do Velho Chico

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    Ilustrações/imagens/Fotos:

    http//www.historia-veridica.blogspot.com
    Caderno Pedagógico - Agricultura Familiar: Identidade, Cultura, Gênero e Étnia.
    Comunidades Pau D'arco e Parateca
    Curso de Formção Porjovem Campo/ Teritório Velho Chico

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